segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A minha não-ansiedade está me deixando preocupada. A minha primeira aula na faculdade será daqui a 7 horas e 2 minutos e eu não estou ansiosa, empolgada, nada. Parece que é um dia normal.
Tudo bem, a Fatec não era o meu sonho e continua não sendo, mas eu passei os últimos 2 anos sonhando com esse dia e agora que ele chegou eu não estou feliz. Não é o que eu queria mas é alguma coisa, eu devia estar animada, eu devia sentir alguma coisa, qualquer coisa!
Eu estou com um pouco de medo na verdade, medo de chegar lá e odiar tudo e me ver presa nesse curso pelos próximos anos. O David Bowie teve vários fracassos antes de conseguir o primeiro sucesso, ele nunca desistiu, porque eu desisti? talvez fosse melhor encarar mais um ano de cursinho - trabalhando pra eu mesma pagar a mensalidade, é claro - e tentar fazer o que eu realmente quero, mas e se eu fizer mais um ano de cursinho e não passar? pode acontecer. Eu estou desistindo, a verdade é essa. Ainda bem que o David Bowie não desistiu, já pensou se ele se desilude com o mundo da música no primeiro fracasso e vai viver uma vida "normal"? cara, que merda de mundo nos teríamos, o que seria da música sem ele?
Mas é... é estranho, a minha tranquilidade me assusta. Sei la, não sei o que pensar, acho que eu sou muito complicada, sempre reclamando de tudo, nunca satisfeita, nunca 100% feliz, sempre arrumando alguma coisa pra me preocupar...ai,ai...

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Toy Story 3



Título Original: Toy Story 3
País de Origem: EUA
Ano de lançamento: 2010
Direção: Lee Unkrich



SinopseAndy irá para a faculdade e terá que decidir o que fazer com seus brinquedos: se vai jogá-los fora ou guardá-los no sótão. Ele resolve guardar seus brinquedos e colocá-los em um saco (exceto Woody, que irá para a faculdade). Porém, sua mãe confunde o saco com um saco de lixo e os brinquedos acabam no lixo. Quando os brinquedos conseguem se livrar do caminhão de lixo, Woody explica que Andy os guardaria no sótão, mas ninguém acredita e eles acabam indo para a creche Sunnyside. Quando chegam em Sunnyside, todos os recepcionam muito bem, e os brinquedos vêem uma chance de melhorar de vida. Porém Woody, que nunca concordou em abandonar Andy, sai da creche e tenta voltar pra casa. Já os brinquedos acabam descobrindo que Sunnyside não é tão legal quanto pensavam. (roubei da Wikipedia, a pior parte de se fazer uma resenha, é ter que escrever a sinopse, dá uma preguiça...)


Minha opinião: "Toy Story 3" é fofo, engraçado, as vezes triste, mas ao contrário do resto do mundo, não me conquistou e muito menos me fez chorar. "Wall-e" é muito mais emocionante. Mas veja bem, eu não estou dizendo que o filme é ruim, muito pelo contrário, já o vi duas vezes e pretendo ver mais, só que pela comoção do resto do mundo eu criei grandes expectativas e elas não foram atingidas (ao contrário de "Wall-e). Vai ver sou eu que não tenho coração, mas eu não sofri pra me desgarrar dos meus brinquedos e talvez por isso nada ali me comoveu profundamente.
Numa nota de 0 a 10, eu dou 8 pra "Toy Story 3". 
Ah, tomara que ganhe Melhor Animação, porque não tem potencial pra ganhar o de Melhor Filme. Isso é a minha opinião, claro.


Nota de rodapé:
1) Quando eu era criança, eu tinha um Sr. Cabeça de Batata que eu "ganhei" no McDonald's. Até hoje quando eu o vejo nos filmes fico toda feliz.

A Origem

Título Original: Inception
País de Origem: EUA
Ano de lançamento: 2010
Direção: Christopher Nolan
Elenco

Leonardo DiCaprio
Marion Cotillard
Ellen Page
Cillian Murphy
Ken Watanabe
Joseph Gordon-Levitt




Sinopse: Cobb (Leonardo DiCaprio) é um fugitivo especialista em entrar nos sonhos das pessoas para roubar informações. Um belo dia ele é procurado por Saito (Ken Watanabe) que lhe propõe uma ousada missão: entrar na mente de um herdeiro milionário e plantar nele a idéia de vender o seu império.


Minha opinião: Eu sou fã do tio Nolan desde "Batman: Begins", aí ele vem e faz "Batman: The Dark Knight" e pira a cabeça de todo mundo, inclusive a minha, me levando a pensar que dificilmente ele faria algo tão bom novamente, aí ele surge com esse "A Origem". Cara, que filme foda. Me desculpem o palavreado mas a palavra é essa: foda. O roteiro é espetacular e se você não prestar a atenção se perde facilmente na história, e muitas vezes fica difícil entender o que está acontecendo, mas até o fim do filme da pra juntar todas as pontas. Ou não.
As cenas de ação são de cair o queixo, todos os atores estão ótimos, nada digno de Oscar, mas ainda assim perfeitos pro filme.
Apesar de ser um filme de ação(?), ele tem um suspense do caramba. No climax, é impossível não ficar querendo saber o que está acontecendo nas milhares de realidades paralelas,e quando você acha que o melhor já passou, vem o final do filme e você fica com cara de O.O de novo.
"A Origem" é espetacular e o meu preferido no Oscar. Eu só não entendi porque diabos o Nolan não foi indicado pra melhor diretor, é por essas e por outras que a premiação perde cada vez mais a credibilidade (se é que algum dia teve).

Cantando e dançando em ritmo de Oscar!

Nos últimos 4 anos, sempre que sai a lista do indicados a Melhor Filme do Oscar eu corro pras internerds/cinemas pra assistir todos os indicados. Meu objetivo? pagar de intelectual e ficar dando opinião no dia da entrega =)

Os indicados na categorias mais importantes você pode ver aqui, porém entretanto, os que eu assistirei e resenharei são esses:

- Cisne Negro
- O Vencedor
- A Origem
- O Discurso do Rei
- A Rede Social
- Minhas Mães e meu Pai
- Toy Story 3
- 127 Horas
- Bravura Indômita
- Inverno da Alma

Por incrível que pareça e para a minha própria surpresa eu já vi 5 dessa lista (3 ao longo do ano e 2 depois da divulgação da lista). A cerimônia do Oscar acontece no dia 27 de fevereiro, e até lá eu pretendo já ter assistido todos os listados e se der tempo, também pretendo assistir a alguns outros. Bem, vamos ao trabalho então.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Preciosa





Título Original: Precious: Based on the Novel Push by Sapphire
País de Origem: EUA
Ano de lançamento: 2009
Direção: Lee Daniels
Elenco:
Gabourey Sidibe
Mo'Nique
Paula Patton
Mariah Carey
Lenny Kravits


Sinopse: É a história de uma menina de 16 anos, obesa, abusada pelo pai que a engravida duas vezes, sendo que o primeiro bebê nasce com Sindrome de Down.


Minha Opinião: Uou. Fazia tempo que eu não via um filme assim, eu não tenho nem palavras pra descrever. Eu precisei ir fazer outras coisas pra distrair a mente, antes de ter coragem de vir aqui escrever.


É um filme duro, é preciso ter estômago pra aguentar. Da vontade de fingir que histórias como a dela só existem na mente de alguns artistas malucos e pervertidos. Mas infelizmente isso não é verdade e pensar que tantas meninas passam pelos abusos sexuais e psicológicos que a Precious do filme, te faz te arrepender de cada reclamação que você já fez na vida, por pior que a vida pareça em certo momentos, nada se compara a "vida" dessa menina.


Ela encara a situação de uma forma bem humana, contraditória. Ora ela sonha em ter uma vida melhor pra ela e pros filhos, em superar tudo aquilo e mostrar pro mundo que ela não é a "puta,gorda e burra" que a sua mãe diz que ela é. Em outros momentos ela explode e se revolta contra o mundo por ter que passar por tanta coisa e acha que ninguém é capaz e nem quer ajuda-la. Isso deixa o filme ainda mais comovente, afinal quem não é assim? quem não alterna esperança e pessimismo?


E envolto em toda essa camada de tragédia, o filme fala sobre preconceito, educação, sonhos, ajuda assistencial do governo. É mais que a história de uma menina pobre do Harlem, é um filme sobre a sociedade. Sobre a tonelada de problemas de verdade que existem aí fora e as vezes, trancados em nossas casas, perdidos em nossos mundos particulares, nós simplesmente esquecemos que eles existem. Esquecemos como é o mundo real. Esquecemos que lá fora, do outro lado da rua, pessoas sobrevivem sem que ninguém se importe com as suas realidades. Mas o pior, é que mesmo o que era pra ser ajuda, acaba se tornando em um problema. É difícil cuidar das pessoas tratando-as como gado, encaixando-as em categorias e decidindo quem precisa e quem merece bolsa-família, pensão, axílio isso, axílio aquilo. Só é possível ser justo entrando na vida de cada um e sabendo as suas verdadeiras intenções, ações e necessidades, porém isso é impossível. Os assistentes sociais não podem ver a vida das pessoas tão profundamente como eu vi a vida da Precious nesse filme. Isso só foi possível porque é um filme. Então qual a solução? sinceramente eu não sei, talvez não haja solução. Eu queria poder fazer alguma coisa. Fazia tempo que eu não chorava vendo um filme.


Notas de Rodapé:


1) Eu ainda estou... sem saber o que pensar. Mesmo depois de dizer tudo isso, não da pra sair da atmosfera do filme, o fato de eu estar escutando a música da Patti Labelle não ajuda, claro, mas cada vez que eu paro de fazer alguma coisa, ele volta aos meus pensamentos. Sem dúvida um dos melhores filmes que já vi.


2) A trilha sonora desse filme é fantástica, ela realmente conversa com tudo e por si só já diz muita coisa. Existem cenas fortes, mas a trilha da novos sentidos a tudo, não te deixa ser passivo, te faz pensar no meio de um turbilhão, te obriga a pensar, te da várias interpretações pra algo que, se não fosse a trilha, seria "apenas" mais um cena marcante. Eu não entendo como o Lee Jones não levou o Oscar de Melhor Direção.

3) A última música a tocar, "It Took A Long Time", da Patti Labelle é linda e casa perfeitamente com a última cena. 

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Ricardo III



Título: Ricardo III
Autor: William Shakespeare
Ano de lançamento: Entre 1592 e 1593 (o Brasil era um bebê na época...)

Sinopse: Ricardo, Duque de Gloucester, usa de todos os artifícios possíveis e imagináveis pra chegar ao trono da Inglaterra durante a Guerra das Rosas.

Minha opinião: Sem dúvida o Ricardo é um dos seres mais ambiciosos da "ficção"(coloquei entre aspas porque ele é baseado em um personagem real, mas segundo os historiadores a história real não é exatamente igual ao da livro), mas, sei la. Os personagens são muito ingenuos, a Lady Anna então, meu Deus. Sério que uma mulher vai se deixar levar por uma cantadinha barata daquelas? O cara matou o marido e o sogro dela, daí ele chega na hora do enterro do velho, diz que matou por amor, fala meia dúzia de palavras bonitas e ela aceitar se CASAR com ele. Como assim? Eu sei que naquela época as coisas eram diferentes de hoje em dia, mas ninguém passa do ódio mortal que ela tinha quando o encontrou para o amor em 15 minutos. Outra é a rainha Elizabeth, que resolve convencer a filha a se casar com o Ricardo baseada em uma promessa dele. Sério que depois do cara matar a família dela inteira e trair toda a nobreza da Inglaterra, ela realmente ainda acreditava em alguma palavra do Ricardo?

É um livro legal e tals, mas eu achei que faltou carisma aos personagens. Você não torce pra ninguém, não ama e nem odeia ninguém (nem o Ricardo!), tanto faz quando um personagem morre (e olha que morrem muitos). Aliás, o único ali que chama a atenção é o Richmond, entretanto ele só aparece nos últimos atos. Não é um livro ruim mas também não é nada marcante como "O Mercador de Veneza", também do Shakespeare, que é um dos melhores livros que eu já li na vida!

"Ricardo III" é um ótimo exemplar de livro nada, tem umas frases bonitas, o primeiro parágrafo é espetacular, mas no geral ele passa em branco.

Como ele é bem pequeno (da pra ler em uma tarde), eu recomendo mais como uma boa maneira de passar o tempo em uma tarde chuvosa e sem nada pra fazer.

Notas de Rodapé:

1) Na edição que eu li (essa aí da foto), logo na introdução explica o que foi a Guerra das Rosas. Se você não manja muito de história, essa edição pode ser uma mão na roda.

2) Na edição que eu li (essa aí da foto)², no final do livro, tem uns questionamentos bem interessantes levantados pelo "adaptador". E mesmo assim o livro não fica na memória.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Led Zeppelin - Coda

Artista: Led Zeppelin
Ano de lançamento: 1982
Número de faixas: 8
Duração: 33 minutos














Sempre que se fala em Led Zeppelin, o primeiro álbum que vem a cabeça das pessoas é o "Led Zeppelin IV", o que não é de se espantar já que ele contém três dos maiores clássicos da banda: "Black Dog", "Rock N' Roll" e "Stairway To Heaven". Porém, a discografia do Led está longe de se resumir a este único CD, na verdade, eles lançaram um total de 9 discos de estúdio e 1 ao vivo em 10 anos de carreira e poderiam ter lançado muito mais não fosse a trágica e bizarra morte do baterista John Bonham, que se afogou no próprio vômito depois de tomar cerca de 40 doses de vodka no dia 25 de setembro de 1980.
Após a morte de Bonham os outros integrantes decidiram acabar com o grupo e seguir cada um pra sua carreira solo, se reunindo para shows apenas algumas poucas vezes desde então. Mas o fim da banda não significou o fim dos lançamentos. Após 1980, vários discos ao vivo ou com sobras de estúdios foram lançados, entre eles o fantástico "BBC Sessions", de 1997, um disco duplo que como o nome indica contém gravações ao vivo feitas para a BBC em diversos momentos, e o disco "Coda" de 1982, que é o foco desta resenha.

O álbum

"Coda" foi lançado em 1982 e contém sobras de gravações e versões ao vivo, segundo Jimmy Page o álbum foi feito porque eles descobriram que os fãs viviam correndo atrás de bootlegs, e então, nas palavras dele: " Nós pensamos: se isso atrai tanto interesse, então talvez devêssemos lançar o resto das nossas gravações de estúdio", em outras palavras o que ele quis dizer foi "porque lucrar apenas com os álbuns oficiais se podemos lucrar também com o que sobrou?".
Voltemos ao que interessa, o disco é composto de 8 canções, sendo duas ao vivo e as restantes canções inéditas gravadas em estúdio mesmo, e já que estamos falando das músicas, vamos a elas:

As músicas

1 - We're Gonna Groove: É ao vivo, mas foi editada para que o som da platéia não aparecesse, mas isso não tira a energia típica das apresentações do Led. Curta e grossa, é a mais pesadinha de todas, boa de ouvir mas nada marcante. Eu até poderia dizer que a bateria se destaca, mas dizer isso de uma música do Led Zeppelin é o cúmulo do pleonasmo.

2 - Poor Tom:  Canção de estúdio, começa só com a bateria e a voz do Robert Plant, depois é introduzido um violãozinho. É bem bonitinha e calma, lembra as músicas acústicas do "Led Zeppelin III".

3 - I Can't Quit You Baby: É a partir daqui que a coisa começa a ficar boa de verdade! Outra versão ao vivo e também editada, essa é uma das melhores (e mais curtas) versões de "I Can't Quit You Baby" que eu já ouvi, e olha que as do "BBC Sessions" são absurdas! O solo de guitarra é inspirado, o baixo do John Paul Jones, como sempre, age como a paz no meio da tempestade. Enquanto a guitarra grita raivosa, o baixo vai na maior calma do mundo, como se nada estivesse acontecendo, só dando a base pro Jimmy Page ser feliz. E a bateria, de novo, eu nem vou comentar. E a voz do Plant já conquista logo na primeira nota.

4 - Walter's Walk:  O problema dessa música é que ela fica entre duas melhores do que ela, então apesar de ser boa, você fica torcendo pra ela acabar logo mas não tem coragem de pular pra próxima por ser muito legal. É a segunda mais pesada do disco, que no geral é bem blues e dançante, da vontade de levantar da cadeira e dançar na sacada \o/.

5 - Ozone Baby: A segunda melhor música do disco! Ritmo dançante, refrão grudento e pronunciado de um jeito bem "particular" ("uuuh is ma on tru lôô, ma ma oon"). Ótima pra desaprender a falar inglês enquanto canta junto.

6 - Darlene: A melhor música do disco! "Uuh Uh Darlanimm yê", essa "frase" não sai da cabeça nem com reza brava, mas não incomoda, pode ficar tranquilo. O piano é destaque aqui, nessa que é a música mais "boogie-woogie", principalmente depois dos 3:07 min, quando ela vira praticamente outra música. Até então ela era um blues arrumado e depois vira um rockabilly digno dos anos 50, o que na minha opinião é a cara do Plant. Sério, ele nasceu na época errada.

7 - Bonzo's Montreux: "Bonzo" é o apelido do John Bonham, logo tinha que ser um solo de bateria de 4:19 min. Perfeito pra ficar batucando na mesa se sentindo o Deus do Metal, até a sua caneta bic estourar, é claro. Vale ressaltar os metais que fazem companhia pro nosso querido Johnny.

8 - Wearing and Tearing: Já começa roots, com todos os instrumentos "correndo". Mais um refrão legal e impossível de compreender. Durante muitos momentos desse disco, se você fez curso de inglês, vai sentir que não aprendeu absolutamente nada porque é impossível entender o que diabos o Plant está dizendo, mas fique tranquilo, fiz uma pesquisa de campo e descobri que muita gente não entende o que ele fala, ou seja, o problema não somos nós e sim o Roberto Planta que não sabe falar. Parece o Renato Russo: tem uma voz fantástica e uma dicção sofrível.

E chegamos ao fim de um dos cds mais legais de uma das bandas mais legais que já existiu. Hora de apertar o play e ouvir tudo de novo \m/

Lua de cristal, que me faz sonhar....


Hoje a lua está linda! Até mudei de lugar pra poder vê-la melhor... e pensar que ela está a trocentos quilômetros  do planeta Terra deixa tudo ainda mais bonito. E pensar que a luz dela, na verdade é a do sol, é de explodir a mente. O cosmos é uma coisa fantástica. É tudo tão grande, tão distante, tão poderoso e tão bonito. Não por acaso as religiões pagãs viam em cada aspecto da natureza um deus diferente. Faz todo sentido.
O céu está muito limpo, acho que vou ficar acordada pro nascer do sol, vai da pra ver direitinho. Nas últimas vezes em que eu estava acordada pra testemunhar a chegada do astro aqui na terra brasilis, estava tão nublado que mal dava pra ver as cores resultantes da transição da noite pro dia direito. Hoje vai, não posso dormir!
Eu acho que eu estou nessa transição. Minha vida pré-2010 era dia, em 2010 ela escureceu, anoiteceu e virou madrugada, a partir de 2011 vou começar a amanhecer pra um novo dia, tomara que a névoa não tome conta dele.
eu passei no vestibular. eu não estou feliz, eu estou apreensiva. eu acho que vai dar tudo errado. eu acho que vou odiar o curso. eu acho que vai dar tudo certo. eu acho que vou ser feliz. eu acho que sim. eu acho que não.

I'm eighteen and I like it... or not.


Eu estou me sentindo uma criança no primeiro dia de aula, atirada de uma hora pra outra numa realidade diferente. Se o vestibular já era uma pressão dos infernos, eu sinto que é agora que a brincadeira de verdade vai começar. As pessoas tem expectativas pra mim, eu tenho que ir bem na faculdade, arrumar um bom emprego, um futuro marido, eu tenho que dar um rumo pra minha vida. Enquanto eu estava no colégio, eu só tinha que passar de ano e no ano seguinte vinha a série seguinte, com matérias predeterminadas pra eu estudar. Agora não, eu decidi o que eu vou estudar e eu TENHO que aprender, porque a minha profissional vai depender disso. Eu não tenho como voltar atrás, como voltar a ser criança e deixar tudo isso pra trás, daqui a poucos meses eu terei 18 anos. 18 anos! É uma espécie de marco: antes dos 18 eu era uma espécie de criança grande autorizada a fazer besteira, depois dos 18 eu tenho que ser responsável, tenho que ter certeza do que eu quero, tenho que agir com maturidade, tenho que aprender a ser grande. E a inevitabilidade disso é assustadora, entretanto, apesar disso, o meu sentimento não é de medo, é uma coisa estranha que eu não sei definir. Eu sinto que eu vou errar muito, fazer muita besteira, mas agora é diferente. A partir de 2011 eu tenho permissão pra errar uma única vez e não repetir o mesmo erro nunca mais, e a recuperação tem que ser rápida. Nada de ficar dias chorando na cama sem sair de casa, é cair, levantar, identificar o obstáculo que me fez tropeçar e seguir em frente, mais forte e melhor que antes. Um mundo me aguarda, cabe a mim definir que mundo será esse. Eu posso fazer tanta coisa, ou posso não fazer nada. É tudo tão incerto, cheio de possibilidades... a vida é uma aventura.

Corra, Gabriela, Corra!


O ano de 2010 (que no meu caso começou em março de 2010 e terminou em janeiro de 2011) foi um ano tenso, ansioso e meio desesperador. Foi um ano de cursinho! Mas apesar de todo o sofrimento foi um dos anos mais importantes da minha vida. Eu posso sentir que eu amadureci e passei a me conhecer melhor. Antes eu tinha uma imagem de mim que não correspondia a realidade, eu me via como o que eu queria ser e não como eu era. Até os meus padrões do que é "bom" ou "ruim" mudaram. Fiz grandes amigas, aprendi a estudar, perdi o medo de falar em público (valeu Gildo!), tudo bem que eu não subia no palquinho, mas anos antes ler uma questão em voz alta pra uma turma com mais de 100 alunos era algo bem difícil, hoje em dia eu até gosto =D. Outra coisa, antes eu tinha um certo medo de falar com professores (bizarro, eu sei), eu simplesmente não conseguia manter um dialogo com um professor, não que agora eu seja a melhor amiga deles, mas eu consigo falar pelo menos. No entanto, reconheço que esse processo começou em 2009 com a minha professora de história. Ah, outra coisa! Eu perdi a vergonha de responder as perguntas em sala de aula, um certo professor de geografia que o diga... fiquei mais sociavel também, tendência que se acentuou agora em janeiro. Hoje eu sou uma pessoa simpática até. Mas o mais importante talvez, é que agora eu sei o que esperar de mim em momentos de pressão e incerteza, eu sei como eu vou reagir em momentos assim: entrando em crise e desespero. No entanto, eu sei que vou manter a calma na hora H.
Outra coisa, eu acho que foi bom eu não ter ido direto do terceiro pra faculdade. Esse ano de cursinho foi uma espécie de transição, eu fui deixando a Gabriela-do-colegial pra trás e dei espaço pra Gabriela-prestes-a-virar-gente-grande poder começar a existir. Eu ainda não sei como ela é, mas sou um papel em branco pra ela se desenvolver. Eu posso sentir que agora eu estou entrando em uma estrada sem volta, estou sendo empurrada pra uma nova e desconhecida realidade. Não me refiro só a faculdade, me refiro a tudo. Hoje eu vejo as coisas de um modo diferente e sinto que muita coisa nova vai acontecer, só não sei o que. E sinto também que esse ano de cursinho, onde eu perdi certos vícios do ensino médio, me preparou pra tudo isso.
É, parece que eu, a cética, estou acreditando em intuição!
Eu recuperei a minha fé. Não, eu não voltei acreditar no Deus típico, sentado na nuvem, muito menos na Bíblia e suas listas de pecados e virtudes. A vida é mais complexa do que isso, do que bem x mal, certo x errado, e é por isso que eu gosto muito mais do Budismo. Não, não me converti a religião nenhuma, o que eu chamo de "fé" é algo bem estranho que eu ainda não sei definir. Acho que meu Deus é rastafari e fica lá no além só relaxando e dançando na companhia do Bob Marley. E quando a gente chama, se pá ele ajuda. Claro que não da pra viver a vida na várzea, fazendo o que quer, é preciso ter responsabilidade, mas ele não é aquele carrasco vingativo e egocêntrico da Igreja Católica, não, não, é muito mais humano. Nietzsche disse certa vez que não foi Deus que criou o homem a sua imagem e semelhança, e sim o homem que criou Deus a sua imagem e semelhança. Eu acho que é mais ou menos isso que eu fiz. Mas é tudo tão recente, eu prefiro deixar a coisa amadurecer e tomar forma, depois eu falo mais sobre isso.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Hoje eu tive uma experiência que mudou a minha vida gastronômica: comi um kibe de carne de soja!
Eu nunca havia comido carne de soja antes e, olha, é muito bom! E o suco de caju também estava fantástico. Aliás, o kibe não era apenas vegetariano, era vegano! E era tão bom, melhor que o do Habib's xD
Agora sim eu entendo como alguém consegue viver sem comer carne, ovo e leite.... agora só falta eu experimentar o bolo de chocolate *.*

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Passei na Fatec! Amém Senhor! Cursinho NUNCA MAIS *lágrimas descem pelo meu rosto ao dizer essa frase, é tão bonita que irei até repetir*: CUR-SI-NHO NUN-CA M-A-I-S!
Como a Fatec não é o que eu quero fazer, eu estou mais aliviada por ter onde estudar do que feliz, mas foda-se, cursinho nunca mais =DDDDDDDD
Pooorém, como alegria de pobre nunca ta completa, meu cel. não funciona e eu não consigo mandar um sms pra Thaís avisando! E eu disse que ela ia ser a primeira a saber! Porque que ela teve que ir pra praia agora? não podia ir amanhã, sei la... Enfim, paaasssseeeeiiiiii! cursinho nunca mais aeeeeaeaeaeaeaeaaea\o/\o/\o/
O peso que saiu das minhas costas é gigante, meu coração ta leve, eu to rindo atoa sendo que eu passei a tarde chorando!! Aaah, eu passei =D, eu posso resumir o estado de nervos em que eu estava quando abri o site da Fatec até o hora em que eu vi o meu nome, pode ser resumido por este vídeo:


THAIIIIISSSS Cadê você???? eu passei o ano inteiro te pertubando com as minhas crises e agora que finalmente eu tenho algo de bom pra dividir, você ta onde? viajando! Vou te contar viu? =D

PASSEI,PASSEI,PASSEI,P-A-S-S-E-I LA LA LA \O/

domingo, 16 de janeiro de 2011

Não sabe, não sabe, vai ter que aprender. Orelha de burro e cabeça de E.T!

Hoje eu me dei conta de que eu não quero estudar alguma coisa, eu quero estudar. Ponto. Estudar qualquer coisa, em qualquer lugar, em qualquer horário. Eu simplesmente quero estudar, e muitos achariam lindo isso. "A educação muda a vida de uma pessoa", diz um comercial, então porque é tão difícil? Eu passei os últimos 12 meses estudando que nem uma condenada, abri mão de coisas muito importantes pra mim, só pra poder me matar de estudar pra passar numa prova que me daria o direito de estudar(!). Isso é esquizofrênico! Se o Brasil precisa tanto de pessoas qualificadas porque é tão difícil entrar numa faculdade? eu acho que eu consegui (se o meu nome não estiver na lista da Fatec eu não sei o que eu faço), mas e todo o sofrimento até aqui? porque é tão difícil estudar?? Se eu quisesse usar drogas, eu já teria conseguido a muito tempo. Se eu quisesse ficar grávida de um desconhecido, o bebê já teria nascido. Mas eu quero estudar, então eu sou tratada como nada pelas instituições de ensino. Questões anuladas, cabeçalhos trocados, demooora infinita na divulgação dos resultados, NENHUM direito de reclamar de absolutamente nada e um milhão de deveres. Depois dizem que o Brasil não vai pra frente porque brasileiro não gosta de estudar, eu gosto, mas alguém deixa?

Rubber Ring


Eu deveria processar o Morrissey, as letras dele só podem ter sido roubadas dos meus pensamentos. Os Smiths sempre tem alguma música que diz exatamente o que eu estou sentindo, sobre qualquer coisa, em qualquer momento, com qualquer estado de espírito. Nem que seja pra jogar na minha cara os meus defeitos, ou pra me mandar tomar vergonha na cara e mudar o que me incomoda, ou pra me fazer enxergar que o que parecia um problema, na verdade foi bom ter acontecido. As músicas deles... são muito a minha vida. Banda nenhuma me fez pensar assim. Gosto de verdade, muito mesmo, de algumas outras bandas, mas nenhuma tem letras tão significativas pra mim quanto eles. Eu não me sinto sozinha quando os ouço, eu sei que pelo menos o Morrissey passou pelas mesmas coisa que eu. E ele, tão parecido comigo, tem 51 anos, é solteiro(segundo ele,ele é assexuado), é acusado de ser racista e pedofilo( por retardados que não entendem que "The Reel Around Around The Fountain", é sim sobre um cara mais velho e um mais novo, mas não sobre um adulto e uma criança e eu não falo isso como fã, basta ouvir a música e isso está óbvio. Quem diz que essa música é sobre pedofilia, deve ser o mesmo tipo de gente que acha que o livro "O Mercador de Veneza" é anti-semita ou que "Tropa de Elite" é fascista. Tem gente, muitos considerados intelectuais e formadores de opinião, que parecem que veem mas não enxergam, não entendem nada. Ou vai ver o problema sou eu. Duvido.).


Você deve estar pensando: "então ele é um loser mal amado,que nem você Gabriela!". Não, não, ele tem uma coisa diferente de mim. Ele fez a diferença. Hoje, estou eu aqui,me consolando com as músicas que ele ajudou a criar, tentando seguir em frente sabendo que eu não estou sozinha, pelo menos eu tenho a sua música pra aliviar a minha alma. E quantas mais pessoas ele não ajudou nas últimas décadas? e quantas mais não serão salvas da mesma maneira? ele fez diferença no mundo, se ele tivesse vergonha de compor, quem estaria me consolando agora? agora eu... eu não fiz, e duvido muito que um dia farei alguma diferença. A imprensão que eu tenho é tudo o que eu fiz pela humanidade a minha vida inteira foi ocupar espaço, gastar água e comida.

É incrível, quando as coisas começam a dar errado elas não param mais. Vira uma avalanche, e tudo vai por água abaixo. E o Destino é cruel, quando você está prestes a desistir de tudo, ele joga uma isca pra te deixar feliz e com esperança de novo e quando você pensa que agora a sua sorte vai mudar, ele tira o doce da sua mão quando você estava com ele quase na boca. E aí vem tudo junto, tudo o que deu errado no passado, no presente e a falta de um futuro. Eu consigo ouvir o Destino gargalhando no melhor estilo Cruella de Vil da minha cara, da minha inocência por realmente acreditar que eu conseguiria alguma coisa, que a minha vida ia mudar pra melhor, que as coisas seriam diferentes. E ele é tão ardiloso, que não satisfeito em jogar o peso do mundo nas minhas costas, ainda quebra a merda do meu celular, ou seja, nem desabafar com a Thaís eu posso, se bem que seria sacanagem atrapalhar as férias dela com os meus problemas. Vai ver é melhor assim. Vai ver eu estou entendendo tudo errado, e tudo isso não passa de um sinal de que eu estava indo pro caminho errado, de uma tentativa divina de me levar pro caminho certo, quem sabe não é Deus escrevendo por linhas torta? provavelmente não é nada disso. São só as conseqüências da minha incompetência, mas não custa nada ter esperança de que um futuro menos pior me aguarda. "E se você se frustrar por causa dessa esperança?", não, não, esse é um risco que eu não corro, pois mais frustrada e no limbo do que estou agora é impossível. Eu estou fazendo perguntas a mim mesma e desabafando em um blog por falta de alguém por conversar(maldito seja o meu celular)! Eu já cheguei, me aconcheguei e me acostumei com o fundo do poço. Eu sou a Rainha do Reino dos Fracassados.

E o pesadelo começou de novo...

Eu estava disposta a mudar. Ser uma pessoa diferente, melhor, mais bonita, mais social, mais feliz, menos solitária, que estuda e trabalha, vai à varias festas, tem um milhão de amigos. Eu iria me tornar praticamente um personagem de Malhação. Ia levar aquela vida agitada e feliz, típica da juventude. Mas aí, a vida veio e me deu outra tijolada na cabeça e eu desisti. Desisti. Eu fiquei entediada antes de começar. Eu não nasci pra ser assim. Eu não consigo conquistar nada que eu queira, não tenho nada. Eu sou chata e deprimida. Eu não tenho uma faculdade, não tenho um emprego, não tenho um namorado, não tenho vontade de sair de casa mesmo quando eu acho que devo, eu tenho vergonha de me olhar no espelho, eu tenho vergonha de olhar pros meus pais, eu os decepcionei tanto. Eles são legais, mereciam coisa melhor do que eu como filha. Ainda bem que tem a minha irmã pra compensar um pouco. Eu só trouxe decepção e prejuízo. Eu sou um fracasso. Se eu morrer agora, eu não vou deixar nenhum projeto pela metade, nenhuma vida vazia, nenhum trabalho por fazer, porque eu simplesmente não tenho nada.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Escrever é tão legal. Eu nunca tinha reparado nisso. Quando você coloca no papel(ou na internet) os seus sentimentos, parece que eles ficam mais leves. E as ideias? ficam mais claras, fazem mais sentido. O ato de escolher as palavras, pensar na pontuação, escrever, apagar, reescrever, faz bem pra cabeça. Areja a mente. Tem coisas que eu não tenho coragem de dizer, mas escrevo. É como se o papel substituísse um confidente. Eu não tenho com quem dividir algumas coisas, então eu escrevo e elas saem de mim. E a sensação é ótima. Eu consigo me livrar do que estava me incomodando ou empesteando os meus pensamentos. Como eu nunca percebi isso antes? E o melhor é que isso não exige o menor talento porque eu não quero ganhar o Pulitzer, eu só quero dizer o que eu penso, mesmo que não tenha ninguém pra ouvir/ler. É tão simples e tão fácil que chega a ser bonito.

Insensível, você diz. Impossível, fazer você feliz...


Depois de falar da minha deficiência afetiva, agora vou pra segunda parte da análise: como eu sou retardada.
Eu ainda não acredito que eu realmente achei que ia ser tudo tão simples, assim. "Era racional", ah me poupe. Eu me submeti a uma humilhação por alguém que eu não amo! Levar um fora por alguém amado é aceitável, agora levar um em troca de nada,pelamordeOdin... O que que se passava pela minha cabeça? não sei, sinceramente.  Mas foi bom sabe, assim eu paro de fantasiar e sigo em frente. Contudo, eu não consigo deixar de me sentir ridícula e loser. E eu mereço, porque eu fui ridícula e agi como loser. Aprendi a lição, agora eu vou parar de correr atrás e esperar a minha hora chegar. Um dia ela há de chegar, nem que seja pra me fazer sofrer. Eu não quero ser o Morrissey.



Até parece loucura
Não sei explicar
É a verdade mais pura
Eu não consigo amar
Meu bem me desculpe
Não quis te ferir
Mas dizer a verdade
É melhor que mentir...
Insensível!
Insensível você diz
Impossível!
Fazer você feliz...(2x)
Às vezes você esquece
O que eu finjo esquecer
Mas pra mim é difícil
Eu não consigo entender
Entre outras pessoas
É tão natural
Porque será que comigo
Não pode ser igual...
Insensível!
Insensível você diz
Impossível!
Fazer você feliz...(2x)
Não fui eu, Não foi você quem escolheu
Viver neste mundo tão frio
Insensível!
Insensível você diz
Impossível!
Fazer você feliz...(2x)

Love,love,love...



Hoje vi "500 dias com ela", me inspirei e resolvi dizer pra um guri do qual eu gosto, que eu gosto dele. E a palavra é "gosto" mesmo, não é paixão, muito menos amor. O que acontece é que, desde que eu o vi pela primeira vez, eu percebi que ele era parecido comigo nos gostos, nas opiniões, no estilo de vida. E é raro isso acontecer, já que eu sou uma velha chata de 17 anos. Ou seja, logo de cara ele me chamou a atenção. Lá pela metade do ano, depois de algumas tentativas falhas, começamos a conversar de verdade, porque ele virou amigo de um amigo das minhas amigas, depois amigo das minhas amigas e por fim sentávamos lado a lado. E a minha impressão se confirmou: ele realmente é muito parecido comigo. Mesmo. Só que meio imaturo ainda, mas isso o tempo resolve... Enfim, nós nos demos muito bem, ele parecia simpatizar comigo, me convidou pra ir assistir uma palestra do ITA(!),tudo muito bom,tudo muito bem. Aí eu me empolguei e achei poderíamos dar certo, não porque nos amávamos e sim porque a gente combinava. Era racional ficarmos juntos. Segundo os filmes, quando um mocinho e uma mocinha tem tudo a ver e se dão bem, eles se apaixonam e ficam juntos. "Eu não estou apaixonada ainda",pensava,"Mas isso o tempo resolve. Se nós namorarmos, eu aprendo a gostar dele com o coração". Parecia o plano perfeito da felicidade eterna. Só faltava avisar o menino disso. E hoje, assistindo "500 dias com ela",a personagem Summer disse algo que eu não consigo me lembrar o que é de jeito nenhum,que me deu o clique, que disse "vai la Gabriela, se declara pro Garoto". As 20h de hoje eu me declarei. Eu disse: "eu gosto de você". E eu levei um fora hahahahahahhha Aparentemente ele não acha racional ficarmos juntos... Apesar de eu ter levado um toco, eu acho que foi mais difícil pra ele do que pra mim essa história toda. Eu não fiquei mal pelo fora, por culpa da ausência de um sentimento mais forte, mas ele ficou perplexo e tenso, não esperava por isso, tadinho...
Você deve está pensando aí "Gabriela, você não tem coração. Você brincou com os sentimentos dele, e se ele diz que sim? se vocês namoram e você não 'aprende' a ama-lo? ia fazer o que?". É,eu concordo contigo, foi uma atitude egoísta da minha parte, mas eu realmente achava que ia passar do "gosto de você" pro "estou apaixonada por você" caso meus planos dessem certo. E a prova de que não seria assim foi a minha reação. Eu aceitei o "não" tranquilamente, fiquei um pouco triste é verdade, mas no fim das contas foi só mais uma experiência social pra eu usar nas minhas teorias e eu me sinto mal por isso. Eu nunca amei ninguém(eu digo como namorado, óbvio que amo minha família e amigos), um amigo meu já disse que eu tenho uma pedra no lugar do coração. Mas a culpa é minha se não acontece comigo? eu realmente queria que acontecesse. O filme supracitado tem um dos casais mais fofos que eu já vi e eu queria que aquilo acontecesse comigo também. Mas eu não sinto nada por ninguém, o máximo que eu consigo é "gostar". Eu nunca senti nenhum daqueles sintomas de paixão descritos pelos filmes, séries, novelas, músicas. Nunca. Nada. E pelo visto ninguém nunca ficou assim por mim também .Será que eu sou normal?

Lolita

Eu tinha esquecido de falar sobre Lolita!




Título Original: Lolita
País de Origem: UK/EUA
Ano de lançamento: 1962
Direção: Stanley Kubrick
Elenco:
James Mason
Shelley Winters
Sue Lyon

Sinopse: Precisa? Enfim, é a história de um cara de 40 anos que se "apaixona" por uma menina de 13.

Minha opinião: Sabe qual o problema desse filme? o diretor. "Como assim,Gabriela, é Kubrick!", exatamente, é Kubrick! Veja bem, o filme é baseado em um livro clássico e polêmico, que tem passagens bem chocantes pra quem não é pedofilo, o que é o meu caso. Ou seja, não é qualquer diretorzinho bunda mole que é capaz de fazer uma boa adaptação do livro, e o Kubrick é tudo, menos bunda mole(ele fez Laranja Mecânica pow!). Então eu fui assistir pensando que ele não teria pudor nenhum e não é o que acontece. Se qualquer outro diretor o tivesse gravado eu estaria dizendo as mil maravilhas do filme, porque ele realmente é bom e é bem fiel a história (tudo bem que eu ainda não terminei de ler o livro, e nem vou*), eu o recomendo a qualquer um. No entanto, não é qualquer diretor, é o diretor de O Chamado, Laranja Mecanica, Nascido Para Matar.... e eu esperava que ele fosse mais incisivo. No livro o protagonista deixa clara a sua condição de pedofilo. Os comentários dele são nojentos e te deixam com vontade de arrancar o seu fígado e comer com limão e é aí que mora a beleza da coisa: nós temos que ter ódio do cara, o crime dele é um dos piores que existem, ele tem que ser fofo e simpático com a sociedade, pra enganar a todos, mas nós,os leitores, que sabemos de todos os pensamentos, não podemos ser coniventes com ele. A intenção do Nabokov, autor do livro, era essa. Porém, no filme, isso é suavizado. As partes mais chocantes ficam de fora. Aí fica aquela coisa nas entrelinhas, onde você sabe o que está acontecendo mas não fica claro nunca. Mesmo quando eles fogem juntos, na cena das unhas e nas crises de ciúme, não é explicitado nunca que eles são um casal. Você sabe que eles são, mas isso não é dito. Como eu disse, se fosse um diretor qualquer eu não daria a mínima,botaria a culpa na época(o filme é de 1962) ,mas é Kubrick. Eu esperava mais.

Notas de rodapé:

1) * Não terminei e nem vou terminar porque eu enchi o saco do cara. O início do livro é fantástico, te deixa de boca aberta, mas depois que começa a história pra valer da uma esfriada. E aí eu me revoltei contra os personagens e desisti de ler temporariamente, e dia 12 tem que devolver pra biblioteca.

2) Existem 2 "Lolitas", o de 1962 que é o resenhado e um de 1997, dirigido por Adrian Lyne que eu ainda não vi. Segundo a wikipedia, este de 1997 "Difere substancialmente da adaptação anterior feita porStanley Kubrick em 1962.".


3) A mãe da Lolita, a tal da Haze, é um dos personagens mais chatos do cinema, a mulher é insuportável. Não sei porque ele deu tanta ênfase nela, se no livro ela aparece tão pouco. Pelo menos até onde eu li.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Mr. McGregor!


Ewan McGregor! Taí um cara que é muito mais que um rostinho bonito. É incrível a capacidade de fazer filmes legais que esse cara tem.
Lembro-me de quando o "conheci". Foi no papel de Obi-Wan Kenobi, em Star Wars (este personagem é até hoje o meu preferido da saga), depois eu assisti Moulin Rouge, que é divertidinho, então veio Peixe Grande(bem sem-graça na minha opinião) e aí se seguiu uma seqüencia fantástica: Velvet Goldmine, O Golpista do Ano e Trainspotting. Não que eu já não estivesse apaixonada por esse escocês, mas esses três filmes consolidaram a paixão. São a prova de que Ewan McGregor é um dos melhores atores da atualidade, capaz de interpretar desde um contraventor gay até um viciado em drogas, e porque não um rock star bissexual viciado em drogas inspirado no Lou Reed. Mas se você pedir com jeitinho ele também pode fazer um mocinho apaixonado que fica cantando Elton John por bordéis franceses junto com a amada, ou então um ícone do cinema nerd.
E aí eu te pergunto: quantos atores fazem musicais, ficções "científicas", dramas e comédias com a mesma (alta) qualidade? e ainda é lindo? e escocês? e usa kilt? Dá pra não se apaixonar por uma criaturinha dessas? han?

Trainspotting
























Título Original: Trainspotting
País de Origem: UK
Ano de lançamento: 1996
Direção: Danny Boyle
Elenco:
Ewan McGregor
Ewen Bremner
Jonny Lee Miller
Kevin Mckidd
Robert Carlyle


Sinopse: A história gira em torno de um grupo de supostos amigos viciados em heroína na Escócia, cujos destinos vão sendo traçados pelo uso de drogas.

Minha opinião: Hoje eu vi Trainspotting. Fazia tempo que queria ve-lo e hoje finalmente aconteceu. Achei bem divertido e discordo totalmente de que ele faz apologia ao uso de drogas, como alguns acusam. Nenhum ser humano normal vai querer levar uma vida daquela só porque o Renton conseguiu um pouco de dinheiro.
Mas o que realmente marca, é que ele é um filme que te faz pensar. A não-vida do Renton(protagonista) é um lixo, tanto que ele tenta sair dela, mas e a nossa é grandes coisas? Em certo momento algum personagem (não me lembro se é o Renton ou o Sick Boy), diz que todo mundo tem um vício, mas uns são mais socialmente aceitos do que outros,e isso vai bem de encontro com a minha teoria de que a sociedade só se sustenta se certas substancias capazes de tirar o homem de seu estado normal de consciência forem lícitas. Sem algo pra deixar a maior parte da população sedada por um tempo, a vida em sociedade fica insustentável pelo simples fato de que essas pessoas não aguentariam viver essa vida tão vazia de significado que temos hoje. Se não fosse o alcool e o cigarro, muito mais gente estaria se jogando nos trilhos do metrô. Ah,pode não parecer mas o filme é muito divertido. Apesar do tema pesado e do caráter duvidoso dos personagens, você acaba simpatizando e rindo das besteiras deles, sem contar os ótimos dialogos (a parte sobre os homossexuais é uma das minhas preferidas), tanto que me lembrou um pouco o Clube da Luta(preciso o ver novamente!). A trilha sonora é outro ponto forte, indo de Lou Reed a música eletrônica. Enfim, recomendo fortemente.

Notas de rodapé:

1) As semelhanças com Clube da Luta não param nos diálogos fodásticos. Assim como a história de Tyler Durden, este filme também foi baseado em um livro de mesmo nome, só que o autor é Irvine Welsh.

2) A parte minha opinião ficou com um começo diferente, meio óbvio, porque isso começou como um post independente, eu não pretendia fazer uma mini resenha do filme.
A ansiedade por causa do Enem está chegando a níveis nunca experimentados. É uma sensação estranha. Não é aquele pessimismo "não vou passar bla bla bla". É pior que isso. Eu não sinto nada. Eu não sei o que me espera. Pode ser que dê, pode ser que não. Who knows?.
Estou "vendo" um filme sobre o massacre de Rwanda, só pra chegar mais uma vez a velha conclusão: o mundo é uma merda. Mas quando a merda é na Europa, chamam de "holocausto","genocídio" e quando a merda é na África, é só mais um fato histórico que nem é do mais importantes. Saber o que era o ostracismo na Grécia Antiga é muito mais relevante. Uma das provas disso é o tão amado vestibular. É engraçado até. Caem milhões de perguntas sobre "história mundial", no entanto esse "mundial" se resume ao que acontece na Europa e nos EUA. A prova de geografia pede detalhes do relevo e da industrialização estadunidense, mas não faz uma pergunta sobre o Uruguai, nosso vizinho. E hoje o vestibular serve de base pro ensino nas escolas. Escola boa é aquela que coloca o maior número possível de alunos na USP, Unicamp... e pra isso elas baseiam os seus currículos escolares no cai no vestibular. Se antes ninguém estudava história da África, é agora que não vamos estudar mesmo. Os Sandinistas da Nicarágua, dificilmente serão citados. Porque o que importa é passar no vestibular, o objetivo de se aprender uma matéria é passar na dita prova e não compreender os acontecimentos e fenômenos a nossa volta. E o pior é que o objetivo de se passar no vestibular, não é nem fazer o curso que se realmente ama e sim aquele que tem mais possibilidades de me dar altos salários fazendo o trabalho menos torturante possível. Quantos tem coragem de fazer uma faculdade de filosofia? ciências sociais? artes cênicas? são esses cursos que exigem coragem. Geralmente as pessoas ficam impressionadas e dão até boa sorte pra quem diz que vai prestar engenharia, mas não é preciso coragem pra ser engenheiro. É fácil. Qualquer família apoia, ganha-se o respeito dos amigos e um futuro profissional de sucesso é quase garantido nos tempos de prosperidade em que vivemos. Agora, filosofia? o que é que se faz um diploma de filósofo? ninguém apoia, ninguém da valor, ninguém respeita. Filosofia é só um exemplo dentre vários cursos cuja procura é mínima, não porque falta quem goste e sim porque falta quem tenha bolas pra encarar. Quem seja pobre e mesmo assim aceite encarar 4 anos de curso pra continuar pobre. Estudo no Brasil é visto unicamente como uma forma de ascensão social, então o pobre que sua pra entrar na faculdade tem que fazer um curso com retorno financeiro o mais certo possível.
Hoje, nós somos ditadores de nós mesmos. Não é o governo que rouba descaradamente o nosso direito de ir e vir, somos nós mesmos, nessa busca incessante por mais um punhado de dinheiro. Dinheiro pra que no final das contas? qual o objetivo de ser tão rico? comprar casas, carros, joias, viagens, pra que? não, não, não vou começar com aquele papo piegas de "dinheiro não traz felicidade", só estou a procura de objetivos. Também não vejo finalidade na pobreza, mas qual a finalidade da riqueza? Porque nós corremos tanto atrás disso? é realmente tão importante assim? realmente vale tudo para alcança-la? eu não sei e não garanto que um dia saberei, mas não custa nada perguntar.