domingo, 8 de maio de 2011

Auto-imagem

Dia desses eu estava conversando com T., e em algum momento ela me perguntou:

- Você acha que a sua aparência reflete o que você é?

- Você diz no sentido de que, se alguém olhar pra mim, só pela minha cara já vai ter uma ideia de quem sou eu? - respondi.

- Isso! Eu não acho que quem me vê andando na rua tem ideia de como eu sou...

- Nem eu! Acho que eu não me represento nem um pouco...

magical-weave-mirror

Agora, sabe-se lá porque, esse assunto voltou a minha a cabeça. Eu queria saber o que as pessoas pensam de mim ao me ver andando na rua, se é que alguém pensa alguma coisa.

Sempre que alguém fala de moda, diz que as suas roupas refletem a sua personalidade, por isso eu já tentei me conhecer pelo meu guarda-roupa e na época não concordei com a frase, mas pensando melhor, e escrevendo este post olhando para ele com a porta aberta, até que faz algum sentido sim. Mas ainda assim não acho que eu passe uma imagem verdadeira de mim, nem mesmo quando eu abro a boca pra falar acho que me represento direito. Meu rosto não me representa direito.

Tem gente que tem o que chamam de "estilo", que só de olhar para o rosto, as roupas, o tênis, o cabelo, da pra saber se é metaleiro, comunista, funkeiro, rico, metido, nerd, bullie, cult ou barraqueiro. Tem gente que no jeito de andar já mostra a personalidade. Eu não acho que eu faça parte deste grupo, eu me acho só mais uma na multidão, e de certa forma isso é legal. Não quero aparecer, não gosto, mas o post não é sobre ter vontade de aparecer e sim sobre ter uma personalidade tão marcante a ponto de qualquer um poder ver.

Mas vai ver é tudo culpa dos estereótipos. Graças as novelas, filmes, séries, livros, a mídia em geral, nós fazemos uma ideia fabricada das pessoas. Se você gosta de tal música, você tem que se vestir assim. Mas se fulana pintou o cabelo de verde, é porque ela tem tal jeito de pensar. E então quando a gente se identifica com algum tipo de pensamento e jeito de viver, começamos a querer nos parecer com o tipo físico atribuído a tal estilo de vida, só que nem sempre a gente se encaixa. E aí, como que fica? Nos transformamos para realmente ser do jeito que a sociedade espera, ou continuamos exatamente com a mesma cara de sempre, nos vestindo da maneira que gostamos, porém vivendo da maneira que queremos, mesmo sem se parecer fisicamente com aquela ideia? Eu não sei por qual caminho segui, até porque não sei que estilo de vida é esse que levo…

Eu queria poder parar alguém na rua e perguntar o que ela acha quando me vê, no entanto isso pode soar meio estranho, então eu simplesmente vou tentando pegar uma coisinha aqui e outra ali que, vez ou outra, um conhecido ou um amigo menos chegado deixa escapar.