domingo, 24 de abril de 2011
sexta-feira, 22 de abril de 2011
Dia 19 foi meu dia: dia do índio!
Nenhum feriado, nenhuma comemoração, nenhuma lembrança. E a cada dia que passa fica mais claro que a única vantagem de ser índio nesse país é ter o cabelo bom.
Mas falando um pouquinho mais sério, tem uma coisa que o meu professor de direito sempre diz e que sempre me da ânsia: “índio é brasileiro? não segue as nossas leis, fazem o que bem entendem na floresta, matam, estupram, sequestram, não obedecem ninguém. Pode ser considerado brasileiro quem não segue a lei do Brasil?”
A minha vontade é de responder: se índio não é brasileiro, quem é? os descendentes dos portugueses que chegaram aqui e saíram matando todo mundo e impondo a ordem deles? os descendentes de japoneses que se isolaram na Liberdade e só falam japonês o tempo todo, como se vivessem no próprio Japão? os descendentes de italianos que se orgulham de ter sobrenome que parece marca de macarrão e fazem questão de batizar os filhos de Enzo? os descendentes de alemães que se escondem em colônias no sul do Brasil, torcem pra Alemanha na copa e se sentem tão superiores a ponto de quererem se separar do resto do país? E todos eles também matam, roubam, estupram, sequestram e ignoram qualquer lei existente. Esses são os “verdadeiros” brasileiros? só porque usam calças e moram na cidade? Ah, me poupa e senta lá, viu.
ps: só pra constar, eu não moro em uma aldeia no meio da mata Atlântica, sempre morei na cidade e costumo usar roupas pra sair na rua. Além disso, descendo de portugueses, negros e índios. Por algum mistério da genética, nasci com mais cara de Iracema do que de Maria ou nega Jurema.
Quem não tem Uzi, caça com faquinha de serra
Este é um post sobre uma matéria do Estadão online, então, por favor, primeiro leia a matéria e depois o post, afinal eu quero expor a minha opinião, não manipular a sua: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110422/not_imp709441,0.php
Hoje saiu no Estadão uma matéria sobre as condições bélicas dos rebeldes líbios. A matéria é descaradamente uma tentativa de nos fazer perder a fé e o respeito nos caras, exaltando como eles estão mal armados e são incapazes de usar qualquer coisa um pouquinho mais moderna por falta de treinamento e disciplina (seja lá o que for que eles querem dizer com isso) e ainda falam sobre o uso de crianças e os perigos de minas terrestres. A mensagem passada é que devemos teme-los e que, mais cedo ou mais tarde, aquilo vai dar merda. E merda generalizada, tudo por culpa dos rebeldes e a sua falta de capacidade em lutar, que vão acabar espalhando minas, destruindo as cidades e matando os inocentes.
O quadro pintando também da a entender que as chances de derrubarem o Kadafi/Gadafi/Khadaphi/… é quase nula, tudo devido a falta de armamento adequado.
O primeiro paragrafo já sentencia: “A metralhadora russa PKT, a italiana Carcano e a francesa MAT-49 estão entre as armas usadas pelos rebeldes líbios que, na prática, têm pouca ou nenhuma utilidade. Projetada para ser disparada de dentro de um tanque, a PKT não tem gatilho, mas é usada por muitos combatentes. O mesmo acontece com a Carcano e a MAT-49, armas antigas, sem peças de reposição. Quem a utiliza seria mais perigoso com uma funda e uma pedra.”
O recado do Estadão é bem claro: Líbios, desistam, não vai dar certo. Você que torce por eles, também desista, não vai dar certo. Você que recuperou a fé na capacidade de mobilização e luta contra o governo, desista, não da certo.
E tudo isso só me lembrou uma coisa: Guerra do Vietnam.
Quem eram os famosos(?) vietcongs? um bando de norte-vietnamitas magrelos e descalços, armados de facas, armas meia-boca e granadas de mão. E naquele meio tinha homem, criança, mulher grávida, idosos, estudantes, moleques que mal sabiam escrever o próprio nome. Alguém achava que um “exército” com esse perfil tinha alguma chance de vencer uma guerra contra a maior potência mundial, com soldados bem treinados, aviões, tanques, armas de última geração? e não foi exatamente isso o que aconteceu? Aquele bando de comedor de arroz mal nutrido chutou a bunda dos ianques tão longe que até hoje eles precisam sentar com uma almofadinha na cadeira pra não doer.
O que faz a diferença numa luta não é a arma, é a motivação. E isso é desde sempre, exércitos mercenários nunca ganham de um exército com uma ideologia, na revolução francesa foi assim, e assim sempre será. Se você não tem motivação, pode estar armado até os dentes que não vai vencer um adolescente com um estilingue. Pode matar um, mas nunca vai a matar todos. Os palestinos que o digam.
Por isso o meu recado para o Estadão é um sonoro fodam-se. E da próxima vez que tentarem manipular desestimular alguma coisa, por favor, se esforcem um pouquinho mais, porque dessa vez o trabalho foi bem porco.
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Comfortably numb
Sempre gostei do título dessa música, me identifico com ele. Tem horas que eu entro em stand-by e deixo a vida me levar (citar Zeca Pagodinho em um post inspirado pelo Pink Floyd é dose), vou vivendo no piloto automático mesmo sabendo que deveria fazer muito mais, produzir mais, e não faltam coisas pra serem feitas. Tenho milhares de “obrigações” e não estou cumprindo com nenhuma delas. E eu não estava me sentido mal por isso, até ontem a noite.
De repente me bateu uma culpa pela minha inutilidade, uma vontade de sair dessa vida… até agora não fiz nada (pra variar), mas farei. Ainda hoje (difícil, mas preciso tentar).
O tempo está passando, a primeira metade do ano indo embora, e eu aqui, amebando. É possível ser bem melhor do que sou, chegar perto do que gostaria de ser. Só me falta a coragem.
quarta-feira, 20 de abril de 2011
terça-feira, 19 de abril de 2011
Pirataria nas ondas do rádio…
Depois do momento único no show do Sesc, cheguei em casa podre de cansada e fui dormir às 2h30 da manhã. O problema é que eu tinha combinado de encontrar T. no metrô às 8h30. Não quis nem saber, levantei às 7h e 8h já estava lá, com sono e dolorida mas feliz.
O objetivo era ir num show de música eletrônica (ela curte, eu fui ver como era, afinal eu não gosto de rock, gosto de música) na Sé (centrão de SP), chegando lá encontramos o apocalipse zumbi. Pessoas (leia-se, de cada 10, 9,5 eram homens) que estavam ali há no mínimo umas 12h, usando drogas sem parar. Se fossem drogas normais, tipo maconha e vinho com 97% de álcool custando R$ 2,00, beleza, mas o pessoal ali estava beeem mais acabado. O centro de São Paulo costuma ser assustador, mas nunca do jeito que estava no último domingo.
Eu e T. desistimos de ficar lá e fomos a Igreja (!) que ficava em frente a festa: o mosteiro de São Bento. E o mais bizarro é que na escadaria da igreja, tinham pessoas caídas de tão bêbadas e/ou drogadas, um casal de homens se agarrando e pessoas apodrecidas viajando. Enquanto lá dentro acontecia uma missa como se o mundo lá fora estivesse perfeitamente normal. Entramos lá dentro, vimos um pedacinho da missa, tomei banho de água benta, chegamos a conclusão que a arquitetura era barroca (?) e fomos embora atrás do Cine Sesc para ver O Mágico de Oz já devidamente sincronizado com o Dark Side of The Moon.
Só pra chegar lá e descobrir que a versão sincronizada tinha passado às 2h, e que a que ia passar agora era a versão normal e dublada. Nem quis ver. Ficamos rodando e nos perdendo pela Paulista, na feirinha do Masp, no parque, T. roubou uma revista de um parque qualquer, andei atoa a Augusta quase toda atrás de uma lanchonete vegan que vende o melhor suco de caju do universo só pra descobrir que estávamos do lado errado. Como a preguiça foi mais alta, fomos até o shopping comer no Subway. E aqui cabe um parênteses:
Cara, como é difícil comer nesse troço! Não tinha nada indicando o que era opcional ou não, o que me fez montar o sanduíche sem ter a menor noção de quanto custaria. E se ficasse uma fortuna? eu dizer que desisti da compra e sair correndo? sorte a deles que ficou “barato”!
Voltando, como a vontade de tomar suco era grande, fomos até a casa do pão de queijo (!) e num momento de loucura tomamos um suco de cenoura com laranja, beterraba e pó de guaraná! Que troço ruim! (aqui vale um parênteses de verdade: a nossa última refeição juntas tinha sido chocolate com ketchup e suco de goiaba. Temos problemas).
Tudo isso para encontrar o povaredo, ouvir as duas últimas músicas do show do Frejat, torrar no sol, ver a Blitz e depois descobrir que eu não sei nada de RPM e que o Paulo Ricardo continua dando um caldo mesmo depois de velho. Pular e cantar músicas que eu não sabia a letra também fizeram parte do pacote.
Resultado: cheguei em casa morrendo de dor nas pernas e na sola dos pés (!), com fome e sede, mais pobre que há dois dias atrás e tendo que acordar gripada às 6h da manhã do dia seguinte.
Que a próxima virada chegue logo porque essa foi pouco!
ps: ainda faltou comentar do psicopata do metrô, da Igreja Ortodoxa que entramos depois da de São Bento e que é uma das coisas mais lindas que eu já vi na vida e de como eu odeio o circo. Isso tudo fica pro futuro.
Salve o rei!
No último final de semana aconteceu a Virada Cultural em São Paulo, aquele evento legalz, onde durante 28 horas seguidas (das 14h do sábado às 18h do domingo) acontecem shows e apresentações artísticas em várias partes da cidade. Até aí, tudo muito bom, tudo muito bem. E é aí que começa a história.
Quinta-feira, eu e L. combinamos de ir no cinema no domingo, só que na quarta eu tinha combinado de ir assistir Frejat com a T. na virada. Só lembrei desse fato na sexta, comuniquei L. e pensamos em adiantar pro sábado a noite, porém como eu saio do trabalho às 20h, só ia poder encontrar o ser às 21h e até chegar no cinema, ver o filme e voltar pra casa já seria pra lá de 00h00, eu disse “não, vamos chegar muito tarde, é perigoso, vamos deixar pro feriado”, em outras palavras: fui responsável. Mas a história não acaba aí.
No sábado, às 18h, teria um show da Rita Lee no centro e eu, que adoooro a Rita, estava me corroendo de vontade de ir, implorei pro meu chefe me deixar sair mais cedo, mas nada feito. Ia sair no mesmo horário de sempre, 2h depois do show. Fiquei puta. E o sábado chegou.
Sábado, passo o caminho inteiro pensando se devo ou não faltar no serviço para ver o show, mais uma vez a responsabilidade fala mais alto e eu decido não faltar. E aí fui pra S., passei o dia inteiro sem fazer NADA no e-mail e me revoltei mais com a vida, até que na hora de embora decidi: a responsabilidade que vá pro inferno!
No Sesc Santana, muito perto da minha casa, ia ter um show de disco e Black music anos 70 e eu queria ver. E eu fui, chamei T. mas ela estava morrendo e não pode ir, e eu fui assim mesmo. Cheguei lá quase 22h e estava tocando um monte de música gay disco, e eu dancei, fiz passinho, descobri que não tenho coordenação motora para mover os braços e os pés ao mesmo tempo de maneira normal e resolvi entrar numa fila qualquer, quando cheguei lá a moça me disse que ia ter um show do Gerson King Combo. Eu só ouvi o nome desse cara uma vez na vida, no Jô Soares e ainda mudei de canal, ou seja, não fazia a menor ideia de quem ele era. E resolvi entrar no show mesmo assim. E essa foi a melhor decisão do dia.
O show do Gerson King Combo foi uma das melhores coisas que eu já vi na vida! Dancei descoordenadamente o tempo todo, eu nem sabia que o Brasil produzia um soul/black tão bem feito assim! O pessoal não parecia muito animado, mas eu, um garoto com uma camisa do Chile que não parava de gritar “salve o rei”, uma ruiva bêbada e uma mulher de branco não paramos de dançar o show inteiro, porque aquilo sim toca na alma.
E isso me fez refletir sobre como música é uma coisa foda, mesmo quando você não conhece, se ela boa, te tira do seu estado normal, te faz viajar, te faz bem. E não é preciso tomar nenhuma droga (legal ou não) pra isso, ela sozinha já faz o trabalho. Por isso que pra mim esse povo que toma rebite pra ir em rave, cerveja pra ir no pagode, whisky pra ir em show de rock, não gosta de música de verdade, quem gosta, quem sente, não precisa de nada além dela para atingir todos os estados mentais possíveis, pra se divertir, pra viver aquele momento. Música é mais do que suficiente. Ou então eu sou muito louca (acho que não).
E depois desse momento transcendental com o rei do funk n’ soul brasileiro, entrou um tal de Hyldon, o autor de Na rua, na chuva, na fazenda. O show dele foi legal também, mas nada que se compare ao King. E era aniversário do Hyldon, cantei parabéns, foi divertido.
Também vale registrar que, antes, na pista normal, e durante o show do King, eu dancei do lado dos covers do Village People. Quase me joguei no colo do pedreiro *.*
E depois de dançar música gay disco, que eu adooooro, ao lado do índio do Village, depois dançar soul no show do Gerson e cantar Na rua, na chuva, na fazenda, com o compositor, tudo sozinha, eu voltei pra casa. A 1h30 da madrugada. Sozinha. Sendo que eu tinha dito ao meu pai que chegava lá pelas 23h. Nunca fiz isso na vida, mandei a responsabilidade pra puta que a pariu. Hell yeah! E cheguei em casa dolorida e acabada, porém não derrotada!
(continua)
sábado, 16 de abril de 2011
Finalmente fiz minha matrícula no "clubão" público que tem aqui perto, se tudo der certo vou sair do sedentarismo \o/
Hahahahaha Não saí! E eu nem me lembrava mais de ter dito isso. Eu até queria praticar algum esporte sabe, mas agora que sou escrava do sistema realmente não tenho tempo pra fazer mais nada. Nada mesmo. Quando eu passar no concurso da Receita Federal e for trabalhar em Roraima com um salário de R$ 25.000,00 por mês, eu construo uma quadra de tênis no quintal, contrato um professor bonitão e saio dessa vida de obesidade psicológica.