domingo, 31 de julho de 2011

The lunatic is in my head.

Pink Floyd é tão bom que me emociona. Eu estava ouvindo o Dark Side of the Moon e é incrível pensar que seres humanos criaram aquilo, que fomos tão longe.

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Pare e escute este álbum com atenção, perceba o clima, a magia, por trás dele. Os teclados do Rick Wright dão um tom único, que eu nunca mais achei em álbum nenhum. Um clima quase circense, que leva a alma pra longe, faz viajar, flutuar, é uma sensação tão única quanto indescritível o que esse CD faz comigo.

Não é um álbum que eu escuto todo dia, a qualquer hora, porque ele não é apenas um conjunto de músicas legais, ele é todo um momento de 42 minutos e 30 segundos que merece ser vivido com atenção. A dor, o desespero, a loucura nele contida é um soco no estômago.

Eu tive um professor de literatura que dizia que quem não conhecia Florbela Espanca ainda não viveu. E eu digo que quem nunca ouviu The Dark Side of the Moon ainda não sabe o que é viver. Porque isso é genial, isso foi um grupo de caras indo além, se superando e criando algo que nem eles mesmo deviam imaginar o quão grande é.

A sequência Time/The Great Gig in the Sky é de uma sensibilidade gigante e ao mesmo tempo é um grito (literalmente) de socorro. Enquanto na primeira música se constata todo o tempo e a vida jogada fora por nada, na segunda isso tudo explode, é como se o personagem principal entrasse em surto ao perceber o vazio de tudo o que vive e tentasse colocar isso pra fora gritando, berrando, se libertando. E aí vem o dinheiro, o mesmo dinheiro que me deixa feliz por ter uma caneca do Calvin e que destrói nações inteiras. O dinheiro que move a sociedade. E tudo isso eclode em Any Colour You Like e vai desembocar em Brain Damage/Eclipse, ou seja, na loucura, na esquizofrenia, na alienação da mente em relação a realidade. Seria esse o nosso futuro? se desligar da realidade pra não ver o absurdo que ela é? Não sei, mas dói pensar que vivo em um mundo assim. Dói pensar na minha própria vida porque me faz pensar no meu futuro e eu tenho medo dele. Medo de me tornar tudo o que não quero pelas “obrigações” da vida, de postergar os meus sonhos por causa de trabalho, filhos, casamento e acabar não vivendo. E então é hora de ouvir Time de novo.