quarta-feira, 20 de julho de 2011

Live and let live

Eu não acredito no “pra sempre”. Acho muito romântico, muito utópico, muito… ingênuo.

Eu realmente queria manter alguns amigos, gostos, hábitos, sentimentos, manias e amores pra sempre. E tem coisas que eu posso sentir no fundo do meu coração que nunca vão mudar, mas não acho justo comigo mesma me iludir assim.

As coisas mudam, as pessoas mudam, nada é estático, sempre igual. Contatos se perdem, afinidades somem e de repente nada mais resta daquilo que parecia eterno.

Acho mais honesto viver o presente, amar com todas as forças agora, do que ficar sonhando com um futuro onde tudo será igual. Porque não será.

Daqui a vinte anos eu serei diferente, não outra pessoa, mas diferente. E aqueles a minha volta também se transformarão. Eu realmente desejo que certas pessoas estejam comigo pra sempre, no entanto, o meu senso de realidade me obriga a ser mais ponderada, menos empolgada. A aceitar, sem pensar que é traição, que quando não há mais prazer em ficar junto (seja com uma pessoa ou uma música) é porque é hora de se separar e manter apenas uma linda lembrança do que passou. Porque memórias não sustentam o presente, só romantizam o passado.

Claro que certas coisas acabam durando uma vida inteira, no entanto, hoje, aos 18 anos, eu não posso dizer nem com 0,1% de certeza o que ainda fará parte da minha vida aos 81. Nem imaginar é possível. Vai ver é por isso que eu tenho uma vontade gigante de ver o futuro, de saber como tudo será. Eu não faço planos de como pretendo estar, apenas quero saber como vou estar. E como quem eu amo hoje estará. Quero assistir as grandes novidades do momento se tornarem peças de museu e rir das previsões futuristas da primeira década do século XXI.

Eu aceito a mudança do tempo e da vida. Nunca vou deixar de pensar com carinho naqueles que ficarem para trás e terei orgulho daqueles que se manterem comigo. Mas é preciso ter em mente que viver e deixar viver também é uma prova de amor.

“Amor só dura em liberdade
O ciúme é só vaidade
Sofro, mas eu vou te libertar
O que é que eu quero
Se eu te privo
Do que eu mais venero
Que é a beleza de se aventurar…”
A Maçã, de Raul Seixas com adaptações minhas.