domingo, 12 de junho de 2011

BMW Jazz Festival – Parte 2

Quando o Joshua Redman Trio acabou, todos se levantaram e aos poucos foram para a frente do palco esperar o início do tão aguardando show de Sharon Jones & The Dap-Kings!

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Eu fiquei no mesmo lugar que estava desde que cheguei: bem lá na frente.

Antes de falar do show, preciso comentar da música ambiente: tocou Stevie Ray Vaughan umas 3 vezes. Dancei sozinha (pra variar) e fiquei imaginando como devia ser ver esse cara ao vivo. Porque os melhores morrem rápido?

Os primeiros a entrar foram os Dap-Kings. Eles tocaram umas duas músicas e depois chamaram as duas backing vocals, uma de cada vez, pra cantar um som antes de chamar a Sharon. As duas moças tem uma baita voz e eu iria fácil em um show solo delas. Mas quando a Sharon entrou no palco eu vi a diferença entre ela e as duas meninas: a presença de palco da Sharon Jones é algo absurdo. A mulher tem 55 anos e não parou de dançar, andar, correr, dar pulinhos, bater cabelo e falar o show inteiro. Até ajoelhar no chão ela ajoelhou. E não tinha essa de parar para descansar, era uma música atrás da outra, uma melhor que a outra e ela simplesmente não cansava. Se eu chegar aos 50 anos assim, sou uma pessoa feliz.

A banda também merece aplausos, cheios de coreografias combinadas e um entrosamento que só quem esta há anos juntos consegue ter, eles muitas vezes roubavam a cena, principalmente o equatoriano “boogaloo” que ficava dançando de uma maneira bem peculiar junto de seus bongôs. E tocam horrores! O que é aquele baterista? E preciso dizer que ele é a cara de um professor de química que eu tive. Se eu visse andando na rua, jurava que era ele. Voltando ao assunto, eles também são a banda da Amy Winehouse e gravaram o CD Back to Black com ela. Aparentemente eu não sou a única que acha os caras fodas.

No final das contas eu nem me lembro quantas músicas eles tocaram, foram tantas que perdi a conta, porém, foi mais do que suficiente pra fazer o que tinha tudo pra ser um domingo perdido em um dia merecedor de um lugar especial na minha memória. O clima daquele lugar já é algo memorável por si só. Um monte de gente que nunca se viu, deitados na grama, pegando sol e curtindo o dia. Acho que este foi o maior aglomerado de gente boa e tranquila que eu já vi. Cada um na sua, sem aquele clima de medo e violência que toma conta das ruas. Nem bêbados enchendo o saco tinha. Não havia nada para atrapalhar o clima de Woodstock dos pobres do 12 de junho paulista. E tudo isso regado a muito jazz.

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