domingo, 12 de junho de 2011

BMW Jazz Festival – Parte 1

Acabei de chegar do BMW Jazz Festival, vulgo show que eu falei no post abaixo. E vou começar do começo.

Eu fiz jus a minha síndrome de forever alone e fui sozinha. Todo mundo estava ocupado e restou-me passar o dia dos namorados só e comigo mesma. Pra terem uma ideia, em todo o Ibirapuera somente eu e um tiozinho não tínhamos companhia. Mas quem precisa disso? 

forever

Acho um absurdo essas pessoas que deixam de ir a algum lugar só porque não tem ninguém pra ir junto. Claro que eu prefiro ir com alguém, mas se não der, paciência, em casa é que eu não fico.

O show estava marcado pras 17h30 e eu cheguei lá pelas 16h, depois de uma caminhada de 30 minutos em um bairro bonito pra caramba que eu não conhecia e essa caminhada foi a prova de que a melhor maneira de conhecer um lugar é andando por ele. E é incrível a preguiça das pessoas. Todo mundo que eu pedia informação sobre como chegar lá vinha falando de ônibus e quando eu dizia que ia a pé, sempre respondiam: “vai ter que andar bastante, é longe”. 30 minutos é longe aonde? Até o casal que estava de bicicleta falou isso, mas eles eu deixo passar porque me deram o ponto de referência mais legal que eu já ouvi: é só seguir o pôr-do-sol. Vai dizer que não é poético? Enfim, gosto de andar por São Paulo e enquanto puder, vou a pé.

Quando cheguei lá estava meio vazio ainda e com uma cara de Woodstock dos pobres. Todo mundo sentado no chão fazendo piquenique. E um leve cheiro de maconha e incenso.

037

Não sei se lá a coisa estava mais tranquila ou se sou eu que já me acostumei, mas o cheiro de marijuana estava bem leve, tinha horas que não tinha cheiro algum, o que é BEM incomum em qualquer show gratuito daqui. E vale até uma comparação com a Virada Cultural. Enquanto na Virada eu via um monte de gente bebendo vinho químico de R$ 1,00 no gargalo, no Ibirapuera tinham várias pessoas bebendo vinho também, porém vinho de verdade em taças de vidro. Repito, taças de vidro! As pessoas levaram taças pra lá como se estivessem no quintal de casa e ninguém matou ninguém com elas, o que na Virada pode acontecer a qualquer momento.

Sentei em um canto, dividindo a minha solidão com o senhor que estava a alguns 055passos de mim,  e fiquei esperando o show começar. Primeiro veio o show de abertura, óbvio, que foi do Joshua Redman Trio, um trio de jazz que eu nunca ouvi falar, mas que toca muito. O mais legal é que todo mundo assistiu o show sentadinho na grama, em silêncio, só curtindo o som dos caras.

E foi aí que chegou um bando de adolescentes a fim de causar, falando sem parar e MUITO alto. Dava pra sentir no ar o clima de “calem a boca” que tomou conta do recinto, com direito a várias pessoas fazendo “shhhiii” quando eles falavam alto demais, mas a hora mais engraçada foi quando uma das meninas mais chatas do grupo falou:

- AH EU VOU EMBORA!
Todo mundo em coro – AAEEEEEEEE!!!!

Os músicos não entenderam nada, no entanto, ela e o seu grupinho sim e finalmente calaram a boca.

A apresentação dos caras, apesar de muito boa, acabou rapidinho. Foram cerca de 30 minutos apenas, mas foi o suficiente pra deixar o lugar que estava um tanto vazio completamente lotado. Quando eu me levantei, tinha um mar de gente atrás de mim e eu não sei como tanta gente conseguiu chegar sem fazer o menor barulho, a ponto de quem já estava lá ter se assustado quando viu a quantidade de seres que estavam lá.

Antes

050

Depois

 

060

Esse povo todo apareceu lá de uma hora pra outra só pra ver a grande estrela da noite. E o show dela é a segunda parte desse post.