quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

De novo, o tempo.

Semana que vem, sexta-feira, faço 19 anos.

No entanto, fazer aniversário dessa vez não me fez pensar tanto no futuro, na verdade trouxe o passado a minha mente. E o passado vai ficando cada vez maior.

Já faz sete anos que eu saí do Rio de Janeiro rumo a Porto Alegre. SETE ANOS. Eu me lembro perfeitamente do dia em que fui embora, da minha família parada na frente da minha casa se despendido mesmo quando já estávamos dentro do carro, da minha mãe chorando, da chuva e do meu pai dizendo que quando nós fomos morar naquela cidade (eu era recém-nascida) também estava chovendo, ele disse com um sorriso nostálgico no rosto: “Itaguaí nos recebeu com chuva e se despediu com chuva.”

Então quatro anos se passaram e chegou a hora de ir embora de Porto Alegre. Também lembro do dia em que fiquei sabendo que íamos nos mudar do sul, de quando contei pros meus amigos, da colega da minha irmã chorando quando nos viu passando de carro na frente do apartamento dela e indo embora. Nesse dia fazia sol e o céu estava azul, sem uma nuvem.

E agora já faz três anos que estou em São Paulo. Estou começando o segundo ano da faculdade. Faculdade parecia uma Eldorado quando eu estava no cursinho e agora estou indo pro segundo ano. Quando foi que o tempo passou que eu não vi?

E o pior (ou melhor) é saber que ainda tem muita coisa pela frente. A minha vida mudou radicalmente nos últimos 10 anos, de uma maneira bem diferente do imaginado por mim, e sabe-se lá o que vai acontecer nos próximos 10 anos. A vida me assusta pela quantidade de passado acumulado (estou ficando velha…) e pela quantidade de futuro me aguardando (ainda sou muito jovem…).

De todos os meus medos, o futuro é o único a me deixar realmente apreensiva. Temo a morte, mas ela é inevitável, basta aceitar. Tenho fobia de cachorro, mas eles estão aí e eu tenho de me acostumar. Agora o futuro, o futuro está nas minhas mãos, na minhas ações, nas minhas decisões, e ao mesmo tempo está a mercê de coisas que simplesmente acontecem, ninguém tem domínio total sobre vida e são justamente as coisas não controláveis que na maioria das vezes nos obrigam a rever os planos.

A maioria das pessoas ao pensar aonde estarão morando daqui a 10 anos imaginam estar pelo menos na mesma cidade onde estão hoje, cultivando as mesmas amizades agora tão importantes e realizando os sonhos de agora. Pra mim isso não é tão óbvio. Eu desejo, mas não sei se comemorarei meu aniversário de 29 anos aqui em São Paulo, não sei se os meus tão estimados amigos ainda estarão perto de mim (uma já está de mudança, inclusive) ou se eu estarei perto deles. Mas eu aprendi que isso não significa um futuro de tristezas, entretanto, significa um futuro cheio de saudades. Só me resta saber de quem, da onde e do que.