domingo, 28 de agosto de 2011

País rico é país sem pobreza!

Uma das frases mais esculhambadas da atual presidentE do Brasil é: “País rico é país sem pobreza”. Devido a aparente obviedade da coisa, todo mundo adora bater na inteligência da Dilma usando essa frase como prova de sua duvidosa capacidade intelectual. Eu, nem de longe, sou fã dela, mas sou obrigada a admitir que, por mais que pareça, essa frase não é tão redundante assim – ela já disse coisa muito pior.

“Mas Gabriela, é óbvio e ululante que um lugar rico não tem pobreza!” É aí que você se engana, jovem Padawan. Um bom exemplo de que, economicamente falando, essa não é uma relação verdadeira, é a China.

A China é o segundo país mais rico do mundo. Alguém realmente acha que lá é uma região sem pobreza? que todos os chineses ganham salários absurdos e vivem que nem marajás?

Os EUA também são um bom exemplo. Apesar de a população em geral ter um poder aquisitivo alto em relação ao Brasil, dizer que quem habita os guetos de Nova York é rico é forçar um pouco a barra.

Atualmente muitas das listas dos países mais ricos do mundo leva em consideração o PIB per capita, que é a riqueza total do país dividida pela população. A medida parece ótima, no entanto, ela não avalia a desigualdade social. Muitos países árabes tem um PIB obsceno graças a produção de petróleo e uma população minúscula, o que os deixa em ótimas posições nos rankings de riqueza global, o que ninguém leva em conta é que esse dinheiro fica todo nas mãos dos reis e sheiks enquanto a população mal tem o que comer. Enquanto isso, a Noruega, que tem um dos melhores índices de qualidade de vida e igualdade social do mundo não está nem no Top 20 mais ricos.

Acho que já deu pra perceber que quando a Dilma diz que país rico é país sem pobreza, ela não se refere apenas a um PIB absurdo e sim a um país onde todo mundo tenha acesso a uma fatia considerável do bolo, mesmo que ele não seja o maior do mundo. Ela se refere a uma riqueza norueguesa e não chinesa. Cabe a nós decidir, através do voto e do nosso próprio esforço (levantar a bunda da cadeira pra estudar e trabalhar é o mínimo que podemos fazer) decidir qual caminho vamos seguir. Espero que seja o norueguês.